23 outubro 2017 às 00h22

Dois penáltis tiram o Benfica de apuros num jogo que o campeão mereceu vencer

Árbitro Nuno Almeida não consultou as imagens, por suposta quebra de comunicação com o videoárbitro e decidiu erradamente marcar um segundo penálti que Jonas converteu logo depois de o Aves ter reentrado na partida

Manuel Queiroz

Dois penáltis tiraram o Benfica de apuros nas Aves, num jogo que se pôs feio quando a equipa da casa reduziu para 1-2 à entrada do último quarto de hora. Jonas viria a marcar logo depois, num castigo máximo muitíssimo polémico, o 1-3 que resolveria o jogo.

Nuno Almeida marcou o primeiro penálti aos 29", desnecessário mas que existe de Washington sobre Diogo Gonçalves, mas o segundo começa numa falta muito evidente de Jonas e a queda de Pizzi é bem aproveitada. E como não foi consultar as imagens, Nuno Almeida cometeu um erro importante já que o Aves tinha reentrado no jogo quatro minutos antes. Ficou-se a saber mais tarde, através de informação oficial, que a partir do minuto 66 houve uma quebra de comunicação entre Nuno Almeida e o videoárbitro Vítor Ferreira.

No jogo em que estava o guarda--redes mais velho de sempre de um lado (Quim) e o que vem de ser o mais novo na Liga dos Campeões (Svilar) no outro esteve melhor o ancião, mas sofreu três golos. Rui Vitória continua a fazer experiências, desta vez com o inédito duplo pivô formado por Fejsa e Felipe Augusto num meio-campo a dois, coisa que ainda não tinha feito, já que Pizzi ficou no banco de início, pela primeira vez em muito tempo por opção (viria a jogar os últimos 20 minutos). Diogo Gonçalves foi titular pela primeira vez na I Liga, dando continuidade ao que tinha acontecido frente ao United na Liga dos Campeões, como Rúben Dias parece seguro como titular ao lado de Luisão.

O Aves não tinha três habituais titulares (Ponck, Salvador Agra e Arango) e estreava na I Liga Lito Vidigal como treinador e a equipa apareceu bem organizada, naturalmente defensiva com um meio--campo com Washington, Vítor Gomes e Gonçalo Santos, este a fazer apenas o segundo jogo nesta época. Susteve bem o primeiro embate do Benfica (Quim a mostrar que a experiência é um posto) mas Washington cometeu o tal penálti que Jonas transformou no 0-1.

O campeão continua em trabalhos e nos últimos cinco minutos da primeira parte o Aves teve três boas oportunidades de golo, uma delas um cabeceamento de Defendi que foi à barra. Ou seja, o duplo pivô do Benfica não conseguia controlar o adversário, houve aliás muitos períodos assim no jogo.

Tudo parecia simplificar-se com o segundo golo no início da segunda parte, com alguma sorte de resto, porque Jonas rematou de fora da área, a bola desviou em Defendi aparecendo rápido Salvio a rematar e Seferovic a confirmar o golo (50"). O Benfica ainda só tinha ganho um jogo fora de casa (1-0 nos descontos em Chaves) e com dois golos à maior afastava-se do estigma de não ganhar depois de chegar à vantagem mínima. Há jogos que correm bem e assim havia uma nova tranquilidade, até porque o Aves tinha de procurar o golo e deixar mais espaços. E Lito não se fez rogado e tirou logo Washington e Lenho e meteu dois homens de cariz ofensivo, Paulo Machado e Sami.

As oportunidades eram então do Benfica (Quim fez outra boa defesa num remate próximo de Seferovic) mas mesmo assim Rui Vitória tirou Salvio e colocou Pizzi no seu lugar - foi mesmo para a ala, Pizzi, ele que há muito era o dono do meio-campo. Sinal dos tempos e de uma equipa que procura outras sensações e formas de jogar.

Mas houve o golo de Defendi num canto da esquerda de Paulo Machado (Svilar não ficou bem na fotografia...), mas logo a seguir houve o tal penálti salvador, muitíssimo contestado. O jogo não acabou aí, porque Derley ainda atirou ao poste e quase fazia o 2-3, e depois Krovinovic esteve também perto, mas Quim fez um jogo sem erros e manteve a diferença. O Benfica ganhava com justiça mas continuando a deixar interrogações.