Vivemos dias de pura encenação política ou o Orçamento do Estado para 2022 pode mesmo não passar? A cada ano, sempre que o OE vem para cima da mesa dos partidos e é entregue no parlamento começa o teatro. Nada de mal nisso. Faz parte do exercício da política e quem melhor desempenhar o seu papel mais aplausos poderá ter da sua fiel plateia. Contudo, neste ano, as posições extremaram-se mais do que é habitual. A ameaça de uma crise política tornou-se evidente nos últimos dias. À esquerda, Partido Comunista e Bloco querem fazer prova de vida e mostrar ao Partido Socialista que as alianças formais ou informais não são favas contadas. E têm vindo a esticar a corda. Só fortes cedências em matéria de legislação laboral, aposta no Serviço Nacional de Saúde e incremento dos salários públicos poderão evitar que a corda rebente e anular o chumbo (já anunciado por ambos) na votação na generalidade do OE 2022, agendada para o dia 27 de outubro.