Vida e Futuro
05 dezembro 2018 às 22h56

Dois surtos de sarampo na região de Lisboa: DGS confirma 26 casos

São 22 adultos e quatro crianças os doentes a quem foi diagnosticado sarampo na região de Lisboa. Há dois surtos: um em Cascais e outro Oeiras, ambos com origem em casos importados no estrangeiro

DN

A Direção-geral da Saúde confirma a existência de 26 casos de sarampo na região de Lisboa e Vale do Tejo, desde 8 de novembro até esta terça-feira. O Instituto Nacional Ricardo Jorge analisou mais 25 casos que tiveram resultado negativo.

Dos casos confirmados, adianta em comunicado o organismo liderado por Graça Freitas, 22 foram diagnosticados em adultos e quatro em crianças. E explica que configuram dois surtos distintos: um em Cascais, com 19 casos confirmados, com origem numa situação importada da Ucrânia e um segundo surto em Oeiras com cinco casos confirmados, com origem num caso importado da República Checa.

Neste período foram ainda confirmados dois casos isolados, sem ligação epidemiológica conhecida aos referidos surtos e que estão a ser investigados.

A Direção-geral da Saúde faz questão de lembrar que o vírus do sarampo é transmitido por contacto direto com as gotículas infecciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infetada tosse ou espirra. Os doentes são considerados contagiosos desde quatro dias antes até quatro dias depois do aparecimento da erupção cutânea.

Os sintomas de sarampo aparecem geralmente entre 10 a 12 dias depois da pessoa ser infetada e começam habitualmente com febre, erupção cutânea (progride da cabeça para o tronco e para as extremidades inferiores), tosse, conjuntivite e corrimento nasal.

A Direção-Geral da Saúde recorda que o sarampo é uma das doenças infecciosas mais contagiosas podendo provocar doença grave o sarampo a quem não está imunizado e, nesse sentido, recomenda a vacinação.

Aconselha ainda a quem esteve em contacto com um caso suspeito de sarampo e tem dúvidas deve ligar para o 808 24 24 24; por outro lado, as pessoas com sintomas de sarampo devem evitar o contacto com outros e ligar igualmente para a linha de saúde.

Estes casos são confirmados numa altura em que o Conselho Nacional de Saúde (CNS), citado pela Lusa, identificou várias zonas do país onde a cobertura vacinal contra o sarampo aos seis anos é insuficiente, nomeadamente no Algarve.

Após analisar o Programa Nacional de Vacinação em 2017, o CNS concluiu que existem "vários agrupamentos de centros de saúde com cobertura vacinal insuficiente" no que se refere à segunda dose da vacina do sarampo, que deve ser administrada aos 5 anos.

"Este elemento ganha relevância se for tida em conta a intensa atividade epidémica do sarampo na Europa, facto que, nos últimos dois anos, foi responsável por três surtos de sarampo em Portugal", refere o relatório "Gerações Mais Saudáveis".

A análise à cobertura da segunda e última dose da vacina contra o sarampo, parotidite e rubéola nas crianças nascidas em 2011, que completaram seis anos em 2017, mostra "várias disparidades" entre agrupamentos de centros de saúde (ACES).

Os casos de sarampo reportados em todo o mundo aumentaram no ano passado, sendo responsáveis por 110 mil mortes, uma vez que vários países registaram surtos graves e prolongados da doença, segundo um novo relatório da Organização Mundial de Saúde.